quinta-feira, julho 22, 2010

Mistérios e milagres

Foto Emílio Pedroso/Zero Hora

Era para estar bem aí, no meio de tudo isso, mas por alguns minutos já havia passado do ponto exato. Não vi nada, não soube de nada até que meu telefone tocou e do outro lado da linha minha mãe com voz preocupada perguntava se eu não tinha visto um acidente na BR 116. Fiquei incrédula por que nem mesmo havia enfrentado aqueles quilométricos congestionamentos que já fazem parte do “passeio turístico” para quem trafega pela rodovia. E foi pensando em ter que enfrentar esse problema que saí com duas horas de margem de tempo do compromisso que tinha em Porto Alegre. Apesar de enfrentar dois pontos onde o trânsito ficou lento, a viagem até a capital foi tranqüila.
Pelo horário em que ocorreu o acidente, 11h30min, por algo em torno de 10min eu havia passado pelo ponto onde ocorreu o acidente. Entender o que faz algumas pessoas se envolverem em tragédias, catástrofes, cataclismos e outra sempre passarem à margem será sempre matéria de especulação. Esta não é a primeira vez que isso acontece, já enfrentei outras situações em que havia passado instantes antes de algum acidente.
Quando minha mãe ligou, jamais imaginei a dimensão do ocorrido. Estávamos eu e uma amiga, que está em visita ao Estado, completamente alheias ao fato a não ser pelo meu comentário sobre o telefonema e ela observou que havia escutado duas pessoas comentando sobre o acidente enquanto estávamos no restaurante.
O fato é que estamos aqui, inteiras, ilesas, mas não alienadas sobre o fato. A cada dia tem ficado mais difícil trafegar pelas ruas, estacionar e não correr riscos no trânsito. Achava que apenas o trânsito de São Paulo era caótico, mas todo o Vale dos Sinos está ficando assim. Uma das cidades onde o tráfego de veículos tem se tornado absurdo é Novo Hamburgo. Ruas estreitas, mal sinalizadas e muitos, mas muitos automóveis e motocicletas se movimentando feito enxame de abelhas incontroláveis.
Mas enquanto estiver protegida por um anjo ou sei lá que força, que em faça passar antes dos acidentes, só tenho a agradecer a boa sorte.


Assista o vídeo da RBS:
http://mediacenter.clicrbs.com.br/rbstvrs-player/45/player/126730/grave-acidente-causa-congestionamento-na-br-116/1/index.htm



sexta-feira, julho 09, 2010

Frutas, verduras e as eleições

Essa é a cara das Alagoas esquecida por seus políticos. (Foto UOL)


A Copa do Mundo 2010 está no fim, os jogadores que recebem salários na casa dos milhões estão todos bem e cada um com as burras mais cheias, os crimes hediondos continuam acontecendo – desta vez envolvendo também o futebol - e as eleições majoritárias batem à nossa porta.
Eu sei que não é uma novela ou seriado atraente, nem sempre as produções são do nosso gosto, mas em um país com dimensões continentais temos que nos preocupar não apenas com o dedão do nosso pé, precisamos pensar que são 10 dedos e que cada um tem uma função específica. Muitas vezes ao folhear as páginas dos jornais e visualizar as informações na net eu me deparo com os absurdos e me pergunto: para o que servem os políticos? Os jogadores de futebol a gente entende que são objetos de paixão e sentimento tem razões cujas explicações nem sempre podem ser dadas pela racionalidade, mas políticos! Eles nem ao menos podem fazer parte de uma paixão, por mais irracional que o sentimento possa ser.
A maioria fala mal, escreve pior ainda, administram bem apenas as suas contas e olhe lá! Fazer escolhas sempre é algo muito difícil e pior ainda quando temos que escolher entre a fruta verde e a fruta podre. Sinceramente, está difícil. E fiquei ainda mais triste ao assistir algumas declarações absurdas – cadê os assessores que não orientam seus clientes? Ah, eles também não entendem nada de nada, desculpe esqueci esse detalhe. – sobre a tragédia das enchentes que atingiram os estados de Pernambuco e Alagoas. As entrevistas mais absurdas foram dadas no CQC da Band. Havia deputado e senador que não sabia nem mesmo que são dois estados diferentes. Teve um que perguntou para a repórter “Mas não é a mesma coisa?”. Vale lembrar que o maior percentual de políticos vêm de Alagoas, inclusive i “ilustre” Fernando Collor de Melo o caçador de marajás que se esqueceu de caçar a si mesmo.
Por favor, eu imploro. Se vc tiver que escolher entre a fruta verde e a podre. Escolha uma verdura.

Édila Vargas

domingo, julho 04, 2010

Todos alemães desde criancinha


Confesso que sou o tipo de torcedora de Futebol, de quatro em quatro anos. Não acompanho os campeonatos nacionais com a mesma paixão, embora não seja uma alienada total quanto ao esporte ou quanto aos jogadores. Tenho cá minhas predileções, mas também confesso que não sou fanática por ninguém.
Faço parte de um enorme grupo, o de torcedores do Brasil, mas tenho minhas outras predileções. Considero o Uruguai minha segunda pátria e não posso deixar de demonstrar alegria ao ver a trajetória da selección uruguaya e também da Espanha, cuja admiração está em minha descendência.
No entanto no último domingo (03/07), me vi torcendo por uma equipe que tem feito bonito na Copa da África do Sul e que apesar de ser o berço da maioria dos moradores do Ri Grande do Sul, principalmente do Vale do Sinos, nunca me imaginei torcendo pela seleção da Alemanha. E eu não estava sozinha. A manifestação em favor da equipe européia ultrapassava a fronteira da região Sul porque acima de tudo somos brasileiro e principalmente anti-argentinos.
Não pensem que minha indisposição com los vecinos é gratuita. Já vivi em terras portenhas e não gostei nada, mas esse não é o foco da crônica, mas sim a partida de futebol e os torcedores. Estava em um restaurante em Tramandaí, no litoral, ao chegar recém a Alemanha havia marcado seu primeiro gol, logo nos primeiros minutos de partida. Acomodei-me de forma estratégica antes que o lugar ficasse completamente lotado. Na sequência mais um gol. Houve aquele burburinho, mas sem muita torcida. Os presentes ainda estavam tímidos, embora o belo gol de Klose, marcasse um clima de alegria entre os apaixonados por futebol e desafetos de Maradona e Cia.
Uma corajosa senhora, da casa dos 60 anos, sem perceber soltou o verbo falando para o seu marido na mesa ao lado “Estou torcendo pela Argentina”. Muitas caras feias se voltaram em sua direção nesse átimo de tempo, inclusive a minha. E eu num muxoxo raivoso, mas contido também soltei o verbo “Melhor calar a boca que falar bobagem em um momento como esse”.
Momentos de silêncio se passaram e veio o terceiro gol. A galera não se conteve, foram gritos de “urrah!”, “Viva!” e uma salva de palmas que começou tímida e logo tomou todo o espaço. Eu nunca havia presenciado tal reação de um grupo em favor de uma seleção estrangeira – que se diga, grande parte dos presentes tem até certa simpatia por origem. Só que a torcida nem era em favor da Alemanha, mas CONTRA a Argentina, especialmente, a Argentina de Maradona.
Mas e agora?
Será que todos aqueles que torceram como alemães desde criancinha vão repetir a preferência na disputa dessa quarta-feira?