domingo, julho 04, 2010

Todos alemães desde criancinha


Confesso que sou o tipo de torcedora de Futebol, de quatro em quatro anos. Não acompanho os campeonatos nacionais com a mesma paixão, embora não seja uma alienada total quanto ao esporte ou quanto aos jogadores. Tenho cá minhas predileções, mas também confesso que não sou fanática por ninguém.
Faço parte de um enorme grupo, o de torcedores do Brasil, mas tenho minhas outras predileções. Considero o Uruguai minha segunda pátria e não posso deixar de demonstrar alegria ao ver a trajetória da selección uruguaya e também da Espanha, cuja admiração está em minha descendência.
No entanto no último domingo (03/07), me vi torcendo por uma equipe que tem feito bonito na Copa da África do Sul e que apesar de ser o berço da maioria dos moradores do Ri Grande do Sul, principalmente do Vale do Sinos, nunca me imaginei torcendo pela seleção da Alemanha. E eu não estava sozinha. A manifestação em favor da equipe européia ultrapassava a fronteira da região Sul porque acima de tudo somos brasileiro e principalmente anti-argentinos.
Não pensem que minha indisposição com los vecinos é gratuita. Já vivi em terras portenhas e não gostei nada, mas esse não é o foco da crônica, mas sim a partida de futebol e os torcedores. Estava em um restaurante em Tramandaí, no litoral, ao chegar recém a Alemanha havia marcado seu primeiro gol, logo nos primeiros minutos de partida. Acomodei-me de forma estratégica antes que o lugar ficasse completamente lotado. Na sequência mais um gol. Houve aquele burburinho, mas sem muita torcida. Os presentes ainda estavam tímidos, embora o belo gol de Klose, marcasse um clima de alegria entre os apaixonados por futebol e desafetos de Maradona e Cia.
Uma corajosa senhora, da casa dos 60 anos, sem perceber soltou o verbo falando para o seu marido na mesa ao lado “Estou torcendo pela Argentina”. Muitas caras feias se voltaram em sua direção nesse átimo de tempo, inclusive a minha. E eu num muxoxo raivoso, mas contido também soltei o verbo “Melhor calar a boca que falar bobagem em um momento como esse”.
Momentos de silêncio se passaram e veio o terceiro gol. A galera não se conteve, foram gritos de “urrah!”, “Viva!” e uma salva de palmas que começou tímida e logo tomou todo o espaço. Eu nunca havia presenciado tal reação de um grupo em favor de uma seleção estrangeira – que se diga, grande parte dos presentes tem até certa simpatia por origem. Só que a torcida nem era em favor da Alemanha, mas CONTRA a Argentina, especialmente, a Argentina de Maradona.
Mas e agora?
Será que todos aqueles que torceram como alemães desde criancinha vão repetir a preferência na disputa dessa quarta-feira?

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